Poema da tua mulher

Querido, estive a pensar, e tão certo como tu chamares-te Prudêncio e eu, Vitória, é esta suprema ironia de não ser a tua esposa, a que vive as crises de silêncio da tua boca pela ausência incómoda e amante da minha, e ser de mim que, queiras, não queiras, rezará o futuro da tua história.
É tão injusto, meu amor, e só prova que quem verdadeiramente trabalha e merece os louros, jamais os desfruta.


Fernando Ribeiro, Sem Título (Deambulação), detalhe, C-print, 2009

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