A margem de erro

Confesso que me fascina a opinião dos comentadores políticos sobre sondagens, a sua interpretação sobre como estas influenciarão o voto dos indecisos.
Os cidadãos escolherão o partido que terá mais votos, para se sentirem ganhadores, como com o Benfica, excepto a parte dos ganhadores, ou pelo contrário, reagirão a essa eventual consensualidade negando-lhe o voto útil?
Acho sempre uma certa graça a isto, porque as sondagens parecem-se com as ecografias obstétricas: permitem, a certa altura, identificar o sexo do bebé, ver se tem pernas, braços, dedinhos, mas não vão ao essencial da questão do "venha com saúde", que é saber se a criança nasce autista, surda, ou com um problema congénito num órgão qualquer. Enquanto a criança não nascer não se sabe realmente. As sondagens baseiam-se numa estatístisca, e todas as estatísticas têm uma margem de erro. Ora, o espectáculo está todo na margem de erro. Se as estatísticas ditassem os resultados do dia D, eu não começava a ficar com arritmia 24 horas antes.

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