Parafilia


Então, a menina arranjou maneira de perder o portátil na Galiza...
Não foi na Galiza, Sr. Simões. Foi na viagem de Braga para baixo.
Mas como é que se perde um portátil?!
Era noite. Não vi, o que é que quer?
Mas por que é que tirou o portátil da mala?
Porque o motorista não me deixou levar a mala dos papéis junto de mim. Alegou que era volumosa e ia incomodar os outros passageiros. E eu tirei o portátil, e o que me interessava ler, e o homem ficou satisfeito ao arrumar a mala vazia no porão. É uma tara salazarista lá dele.
Você não é capaz de cumprir regras, pois não?! Até lhe dá urticária.
Dá-me um bocado, dá.
Quer dizer, não se importou de incomodar quem ia ao seu lado!
Não ia ninguém ao meu lado. Nem à frente nem atrás. O autocarro levou 4 passeiros até ao Porto e 7 até Lisboa. Sou a última pessoa a pretender incomodar seja quem for. A menos que sejam uns salazaristas tacanhos. A esses, só não os incomodo se não puder.
Caraças, que fixação que a menina tem com as questões de poder. Precisamos de ordem, menina, de ordem. Sem ordem a sociedade não se organiza, não há progresso. Essa sua tendência é quase uma parafilia.
O Sr. Simões desculpe, mas parafilia é mantê-lo como agente.

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