Os meus meses têm mais dias

Olho para o deputado Ricardo Rodrigues, do PS, reparo na sua linguagem corporal, nos seus gestos, e penso que é uma injustiça gritante alguns trazerem visivelmente gravado no rosto aquilo que são, e outros, iguais, andarem por aí disfarçando a massa ética que os forma.
A diferença entre o deputado Ricardo Rodrigues e outros políticos é só essa: há quem engane mais. Há quem não tire gravadores: mande tirar: ou use estratégias alternativas diversas.
A política portuguesa enoja-me. Os negócios, as influências, as protecções. Uma máfia legalizada. Quem é o inocente que anda pela política em nome da nação, pela nação?
Gostava de acreditar que há realmente deputados nos quais se pode confiar, e a quem o exercício do seu mandato não serve apenas como plataforma estratégica de acesso ao que pretendem aceder. Gostava de ver clareza na sua acção e trabalho dedicado, não em prol da política do seu partido, mas em defesa dos interesses de quem os elegeu.
Não sei como funciona a Assembleia da República, mas gostava que me explicassem, para poder compreender, por exemplo, como pôde Ricardo Rodrigues trabalhar apenas 1 dia em Outubro, 9 em Novembro, 7 em Dezembro, 11 em Janeiro, 4 em Fevereiro, 9 em Março e 11 em Abril, nos quais já se incluem as sessões de trabalho parlamentar. Onde é que andou nos restantes? Trabalhou on line? De certeza que haverá alguém disponível para apresentar uma inatacável justificação para estes singulares 52 dias de trabalho em 5 meses e meio.

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