A barriga sem amor que Cristiano Ronaldo pagou

Filhinho, e se fizesses como o Ricki Martin, e arranjasses um herdeiro para os teus milhões, antes que uma galdéria qualquer te engane e depois tenhas de lhe pagar uma pensão de alimentos choruda?!


Hoje, às 15, apanhei, na RTP1, uma reportagem algures ao sol, numa festa dirigida a grávidas e afins, à qual chamavam Barrigas de Amor. Juntar os lexemas barriga e amor numa mesma expressão é suficiente para angariar a adesão do mulherio todo, convencido que os dois conceitos estão intimimamente ligados. A minha prima afastada, pessoa violentamente realista, costuma dizer que se o nascimento de crianças dependesse do amor, a raça humana já estaria extinta.
As Barrigas de Amor, na minha opinião, deve ser um programa patrocinado pelo Ministério da Saúde, como forma de antecipar os partos de Julho e Agosto, que devem estar todos para hoje ou amanhã, o mais tardar, considerando os 40º debaixo dos quais as grávidas se passeavam.
Os médicos têm de ir de férias. Há poucos de serviço às urgências, no Verão.
As apresentadoras iam apelando à necessidade de se ter filhos para aumentar a taxa de natalidade, enquanto as famílias se arrastavam, as grávidas se arrastavam, e toda a gente destilava os poucos euros da conta na Caixa, pagos tarde e más horas. Tenha a menina, tenha a menina, dir-lhes-ia eu.
Propunha, se não fosse pedir demais, que a festa se passasse a chamar Barrigas do Acidente/da Irresponsabilidade Total/da Pressa que não Deu para Meter o Preservativo ou Barrigas da Bebedeira de Sábado à Noite ou Barrigas da Rapidinha no Fiat Uno Com o Chefe da Repartição ou similar. Todos os anos se podia apelar a um tipo diferente de barriga.

Outro assunto do dia, a escaldar-me as mãos: Cristiano Ronaldo foi pai.
As senhoras estão babadas. Ai, o malandro, lá se arranjou com uma americana jeitosa. Se calhar ela enganou-o. Quem é que não quer ter um filho do Cristiano Ronaldo?!
Eu não quero, minhas senhoras. Preferia ter um filho do Sócrates, que é praticamente o mesmo que trazer no ventre a Semente do Diabo.
E passo a lembrar a receita para se pôr no mundo mais um desempregado, exactamente como fez o Ricki Martin, que tem ali duas lindas meninas ligeiramente achinesadas, que poderão um dia, quem sabe, caso não tenham cabeça para os estudos, tirar um curso profissional de geisha: Cristiano Ronaldo não é bonito, mas tem com certeza espermatozóides viáveis. Não são precisos muitos - meia dúzia deles basta - e na América há excelentes clínicas especializadas em técnicas de reprodução medicamente assistida. Bota-se uma gota do sémen do rapaz numa lamela, e escolhem-se ao microscópio os espermatozóides mais gordinhos e mais traquinas. Ignoram-se os sem cabeça, os de cabeça dupla, os que se movem mordendo a cauda e os imóveis. Não prestam para este fim, nem para nenhum outro. Combina-se a técnica de fertilização com o cliente: pode ser in ou ex vitro. Se for ex vitro, processo mais barato, e usado em candidatas mais novas, os espermatozóides são colocados no colo do útero de um receptáculo em exacerbada fase ovulatória, e fazem o seu seu caminho sozinhos. Se for in vitro, o óvulo é fecundado fora do corpo e posteriormente recolocado no útero do receptáculo.
Os espermatozóides do Cristiano Ronaldo são gratuitos para o próprio. Não seria necessário, porque ganha o suficiente para pagar os seus próprios espermatozóides, mas, neste caso, o rapaz dos milhões de euros apenas tratou de arranjar um bom receptáculo, através da clínica cujos serviços usou, e pagar-lhe em consonância, tal como à clínica. Não é certo que o Cristiano tenha conhecido a barriga sem amor. Pode ter sido saudável dona-de-casa do Alabama. Esperamos que a senhora seja inteligente, porque pelos genes do lado do pai só vai herdar massa muscular, o ar de português que trabalha nas obras, e sua muito e tem a pele oleosa, embora agora já sobrem poucos. A trabalhar nas obras.

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