Mais uma afilhada



Este gatinho lembra-me o Gimbrinhas, espírito protetor da minha casa, em Lourenço Marques, e companheiro do meu pai, que lhe interrompia muitas vezes o traçado das plantas, com respetiva disposição de tomadas, interruptores e ligações de fios, porque se deitava sobre o papel vegetal, entre os seus braços. O meu pai adorava este gato, como sempre adorou todos os animais.

O Gimbrinhas veio muito cedo para nossa casa, ao colo do meu pai. Eu mal recordo a sua chegada. Tenho uma vaga ideia, umas impressões apenas, o que data a sua entrada na nossa vida pelos meus 4, 5 anos. Era um gato capado, grande e gordo. Sossegado, mas esquivo. Diziam que era um gato bravo. Nunca percebi se tinha sido um gato doméstico encontrado no mato, vivendo uma feliz existência livre, ou se seria mesmo um gato selvagem. Sei que lhe tinha respeitinho, e penso que ainda se notam as marcas das suas unhas na minha cara. O Gimbrinhas não gostava de beijos nem de apertos. Com o meu pai é que a relação era amorosa. Não é que eu não tenha tentado conquistar-lhe o coração.

Mas o gatinho da foto não é o Gimbrinhas nem sequer macho. É mais uma gatinha abandonada que me pediram para divulgar no blogue. Disseram-me, vê lá se usas a tua influência... E eu ri-me. Não tenho influência alguma, sobre ninguém. Retorquiram, vá lá, para dar a gatinha..., lá no blogue, metes um poste. E aqui estou eu. É um gatinha jovem e pequena que precisa de dono. Qualquer pessoa que não tenha cães pode ter um gatinho (com cães também, mas a adaptação requer certos cuidados). Comprometo-me a amadrinhá-la entregando-a com ração, latinhas de paté, liteira, sílica e caixa transportadora. Se puderem, divulguem esta informação entre os vossos amigos.

Podem começar a escrever para omundoperfeito@gmail.com.


Nota: os gatinhos que divulguei na primavera estão todos muito bem. Um ficou com um amigo que mora em Queluz; dois com uma aluna, na Costa da Caparica, e outros dois com uma leitora deste blogue, e agora amiga, na Graça, em Lisboa.

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