E desamparou

O senhor jornalista questionava-me sobre a ordem do mundo e de lugares mais pequenos, e eu já me sentia cansada, confesso. Para terminar, perguntou-me sobre projectos para o futuro, como é costume desde o tempo do Passeio dos Alegres com o Júlio Isidro, e eu lá lhe fui respondendo como podia, até que me atira a pergunta que ninguém poderia adivinhar ser a derradeira, "o título do livro, Isabela, o título?"
"Desampara-me a loja", respondi. E ofendido, sem uma palavra, o senhor jornalista meteu o gravador no saco e levantou-se sem ao menos me pagar o cafezinho.

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