O sentido da vida

Semeei alfaces, espinafres, coentros e salsa em embalagens de cogumelos que reciclei. Fiz-lhes uns furos para deixar escorrer a água da rega. Esperarei que as sementes germinem, depois transplantarei os rebentos para copos reciclados de iogurte até que se desenvolvam o suficiente para ocuparem pequenos vasos ou floreiras a reciclar posteriormente.
Este ano, as minhas varandas vão chamar-se hortas biológicas e hei-de fazer umas belas saladas com o produto do meu minifúndio.
Pedi ao Gabarik que me trouxesse da terra um pezinho de hortelã e outro de erva príncipe. Também cá tenho onde os plantar. Gosto muito de hortelã, em tudo, e de chás de ervas.
Também me agradaria fazer compostagem, mas não sei como se poderá realizar uma operação dessas em varandas.
Queria comprar meia dúzia de metros quadrados de terra para plantar cebolas e cenouras, mas a minha mãe não me deixa. Diz que a terra dá muito trabalho, e que eu, sendo uma menina de cidade, me fartaria rapidamente. Não sei se tem razão. Gostaria que não tivesse razão.
Também gosto de arte, filosofia e viagens, mas sou mais feliz plantando e colhendo. A objetividade dos bróculos e das couves de Bruxelas fascina-me, pelo que me considero uma mulher simples, com gostos simples. Não compreendo muito bem a vida, sobretudo as pessoas, mas consigo selecionar duas ou três coisas que gosto muito de fazer. Deve ser o sentido da minha vida.

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