Uma loucura muito ajuizada

Os meus alunos dizem, em certos contextos, que posso ser louca à vontade, que não se importam, até desenjoa. Mas eu imagino-os a murmurar uns aos outros, quando passo nos corredores, "aquela é a stora que é muita maluca", mais ou menos o que dizíamos do Alberto Pimenta, da Cecília Barreira, do Abel Barros Batista e do Rui Zink, quando foram nossos professores na faculdade. Mas nós dizíamo-lo com admiração. Eram todos malucos e todos geniais, queríamos escutá-los, queríamos ser igualmente malucos geniais.

A questão que talvez nos escapasse, na altura, e que escapa, de certeza, aos meus alunos, é que para se ser louco e comparecer às aulas no turno da manhã, é preciso ter muito juizinho. Ser apenas louco ou ter apenas juízo não exige disciplina nem rigor nem competência.

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