A balança

Enquanto aguardava que me atendessem na farmácia, fui passeando pelas estantes com produtos de beleza, para bebés, animais, suplementos vitamícos que costumam ocupar prateleiras de acesso ao público.

A certa altura do percurso ouço uma voz gravada que me diz, "Avalie o seu peso". Tinha-me aproximado da balança, cujo sensor despertara com os meus movimentos. Senti-me incomodada.

Quero avaliar o meu peso, mas, na verdade, prefiro não o fazer. E se engordei um quilo desde Agosto, a última vez que me pesei? No Inverno como alimentos mais calóricos e mexo-me menos.

A minha mente defende-se, "talvez, não, Isabela, talvez estejas na mesma. Talvez tenhas emagrecido um pouco."

A minha mente responde, "Impossível. A barriga estava mais pequena. Tenho a sensação que te está a aparecer, de novo, um pneuzinho na cintura."

E afastei-me da balança e dos meus pensamentos. Tenho de me pesar, obviamente. Não posso evitá-lo. Mas a eterna luta contra o corpo é um fantasma que me assombra os dias. A gorda está sempre presente.

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