As licenciaturas de uma ideia de poder

Os percursos académicos e financeiros das pessoas que estão na política há algum tempo, e ganharam poder e rating no tráfico de influências, deveria ser investigado na generalidade. Os casos Sócrates e Relvas apenas levantam a ponta do véu. O que lamento é que seja necessário chegar a posições de ministro para a Imprensa se interressar pelo assunto, como se a injustiça pudesse passar, relevar-se, caso o seu sujeito não voasse aparentemente mais alto nos corredores do poder. Este sentido de oportunidade dos órgãos de comunicação social leva-me a concluir, ó santa ingenuidade!, que a Imprensa está amancebadíssima com o poder, e faz-lhe o serviço sujo, de ambos os lados: governo e oposição. 
Alguém deveria queimar o certificado de habilitações a Relvas, mas existindo o precedente Sócrates, será necessário queimar dois. Se se investigasse a sério, é provável que o INE tivesse de rever as estatísticas relacionadas com graduações de nível superior. Claro que, neste país, deixa-se andar, e nada disto acontecerá, para sossego de muitos. Ficamos apenas com novas expressões significativas na língua, muito semelhantes à "carta na farinha Amparo". A saber, "licenciatura de domingo", e, agora, "licenciatura whatever".

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