Sim, eu dopei-me

O mundo do desporto não é diferente dos restantes. Padece das mesmas fraquezas. O ser humano procura obsessivamente uma excelência contranatura, eventualmente fatal. Os custos da excelência são os do capital. Não interessa como se chega ao topo, desde que se chegue. E nisto se arrasta o que tiver de se arrastar. O mundo é vil e o do desporto não é exceção.
O uso de doping é admissível, sobretudo sabendo nós que não é possível controlá-lo, mas nesse caso é necessário acabar com a hipocrisia dos testes, aliás, absolutamente contornáveis, e criar duas categorias de competidores: os do doping, que vão encontrando novas formas de chegar mais alto, mais longe e mais fortemente e o dos outros, coitaditos, que se limitam a praticar desporto porque gostam, e estabelecem apenas marcas humildes, possíveis de alcançar pelo ser humano. 

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