O tipo do facebook





Lembrei-me deste episódio relacionado com as caras do passado que nos aparecem no facebook. 

Há uns tempos apareceu-me a de um tipo obscuro, ex-colaborador do DN Jovem como eu. Ao tempo era um fulano estranho, calado, de poucos amigos. Lembro-me de um indivíduo triste, sombrio, aureolado pelo mistério dos que não se pronunciam. Com o meu espontâneo otimismo, pedi-lhe amizade, mas o indivíduo não respondeu e esqueci o assunto. Passado um mês, recebo uma mensagem da pessoa em questão com um discurso semelhante a isto: "Recebi o teu pedido de amizade, és interessante e não tenho nada contra encontros, mas aviso que vivo com outro homem e não pretendo confusões. Podemos encontrar-nos, mas não pode ser em minha casa e não quero que ele saiba. De resto estou ao teu dispor."
Claramente, o tipo-obscuro não me reconheceu dos velhos tempos, e eu, que nunca fizera a menor ideia que tanta pacatez se devesse à homo-bi-polissexualidade fiquei a saber, em três linhas, o que não me interessava.
Respondi-lhe, explicando quem era, com referências muito precisas, e desde essa data nunca mais soube dele.

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