Não precisa

Fui muito alegre a casa dos meus pais. O meu pai permanecia sentado na cadeira de rodas junto à janela. Lá fora, chovia. Observava-me seriamente. Reparei nisso e lembrei-me que estava ressentido comigo, de pé atrás. Vi no seu olhar que me escrutinava. Ignorei. Disse-lhe, apontando o prédio onde agora vivia, no último andar, "tens de me ir visitar, embora estejas doente. Ao menos para confirmares que sou boa pessoa e tenho feito certo." Respondeu, "não preciso dessa desculpa para te ir visitar." Disse-o e senti de novo que o que nos ligava era uma atracção indissolúvel, eterna, infinita como o princípio do tempo que jamais acabaria. Pensei, "bolas, isto é o amor!"

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