Lição de amiguismo técnico (É fodido II)

Foto de Séverine Galus

Eu gosto dos portugueses e não tenho outro remédio. Ai de quem me diga mal deles! É discussão certa.
São baixinhos e um bocado feiotes? São. Curvam a espinha mais do que o que deviam? Curvam. Gostam da graxa e vivem dela? Totalmente. Vivem da cunha e promovem-na? A 100%. Consideram-se um povo sem qualidades, complexo que transformam em snobismo compensatório? Tal e qual. Gostam da pequena maledicência gratuita pelas costas? Oh, se gostam! É normal arranjarem tachos que incluem cargos em fundações, institutos, comissões e universidades quando largam funções de relevo, mesmo que as tenham desempenhado mediocremente? Não só é normal como a mediocridade o explica.
Se, neste momento, um anjo luminoso descesse à Cova da Piedade e me outorgasse a responsabilidade de exonerar de funções todos os camafeus que as conseguiram sem concurso nem mérito, por amiguismo técnico, Portugal acordaria amanhã completamente destituído de filhos da puta em lugar de relevância para assegurar o normal exercício do rame-rame estrutural. Seria o caos. Não sei o que seria deste País sem as cabras e cabrões pequeninos, cobardes e medíocres que se sentam rotineiramente em secretárias para dar despacho. Precisamos deles para que isto continue a rolar. Quem é que está para aguentar a roda dentada destituída de sentido e vazia de conteúdo. Eu? Eu, não. Quem é que tem de continuar a dar aulas sobre as merdas que depois sustentam a Standard & Poor´s e a Fitch? Pessoas como o Passos Coelho! Há séculos que lá andam outros iguais, que aparecem todos os dias na televisão. Tudo gente muito diferente de mim: comedida, sensata, aplaudida e bem paga. Desde quando é que um professor universitário nesta terra precisa de ter ética? Deixem as pessoas trabalhar, caraças. Ou seja, deixem as pessoas ganhar a vidinha ou, como tanto gostam de dizer, "já não estamos no PREC, ok?"

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