O dia todo
São os meus melhores dias, esses em que chego a casa entorpecida pelas vozes que ouvi, pelos passos que caminhei, os gestos que fiz, as histórias que contei, os sorrisos que ofereci, as perguntas que perguntei, o esforço para conciliar tarefas, para realizar o que nem sequer me apetece, mas que tem de ser feito, porque me cabe, como a todos, o trabalho diário de Sísifo.
São melhores do que outros em que me deixo estar deitada no sofá a ver documentários da tv ou a escrever textos no computador e a dormitar. Não é que os últimos não sejam bons. Mas não me sinto tão viva nem tão útil. É importante sentir-me útil e poder justificar cada dia que passa, pensando, para mim, que o vivi bem. É isso, que o vivi sem trepidação mas inteiramente.