Morena e o banho

Morena, estás a coçar-te muito.
Não, eu não, são só umas borbulhinhas que me apareceram.
Borbulhas de sujidade, não é?!
Não, é uma erupção cutânea.
Já andas a cheirar a cão. Estás mesmo a precisar de um b...
Beijinho, sim, dá-me um beijinho.
Banho, precisas de um banho, Morena. Se não estivesse tanto frio seria já hoje.
Não preciso. Deve ser a Micas. A Micas é que é velhota e cheira sempre mal.
Não, a Micas é velhota e porta-se bem. Tu, ainda não és muito velhota, mas cheiras muito mal. Cheiras a cão.
Tu também cheiras a gente e eu não me queixo.
Não queiras comparar.
Eu é que sei o que tenho de gramar com o teu cheirete de pessoa! Puff!
Ah, coitadinha...Embora desolada, anuncio-te que não escaparás ao banho.
Não quero, não quero, não quero.
Tu não tens querer, Morena.
Tens uma herança vocabular e expressiva muito fascista.
Era o que a tua avó me dizia e resultava.
Pudera, é fascismo. O fascismo retira o poder ao objeto da autoridade.
Tens andado a ler a enciclopédia, Moreninha. Muito bem, mas como não tens querer, logo, tomarás banho.
Mas eu tenho querer.
Que querer?
Um osso grande com bocados de carne e nervo agarrados...
Ok, um osso desses e no sábado vais ao banho.
Done.

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