Joguei no totobola

O meu pai gostava muito de fazer o totoloto e tinha números fixos, que ainda sei de cor, e nos quais continuo a apostar.

Hoje sentei-me num café com máquina de registo de jogos da Santa Casa e resolvi habilitar-me em todas as modalidades.

Como o meu pai também fazia o totobola, e costumava pedir-me a previsão dos resultados, e rir-se muito a seguir, embora a respeitasse, também joguei em seu nome, e de acordo com a minha lógica desportiva, que é mais ou menos isto: um clube do norte com um clube do sul, ganha o do norte, porque tem mais dinheiro, logo, pode comprar melhores jogadores. Dois clubes completamente desconhecidos empatam. Os do litoral ganham aos do interior. Esta semana havia um Bilbao-Real Madrid, e pensei logo, o Bilbao vai vender a mãe para vencer o Real Madrid.

Há imenso tempo que não registava um totobola, de maneira que, ao entregar o boletim, o senhor do café avisou-me que tinha de preencher duas colunas de apostas ou fazer uma dupla, pelo que me resolvi pela dupla no Bilbao-Real Madrid.

Descobri que havia uma outra novidade: um jogo a mais no qual se espera que jogador escolha, em relação a cada equipa, se marca zero golos, apenas um, ou mais. Enfim, toda uma ciência.

Joguei em memória do meu pai e não tinha ideia que o jogo se tinha alterado. Também me ocorreu que o meu pai não gostava de futebol, não pertencia a nenhum clube e não perdia tempo a ouvir ou ver um jogo. O meu pai gostava de cinema, de passear, conversar, comer e beber. Só por isto, eu e ele merecíamos um belo resultado no totobolo desta semana.

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