Vergílio, foste professor mesmo na altura certa

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 Vergílio Ferreira a dialogar com alunos do liceu Camões


Só queria dizer que não me importo nada que me avaliem pelo sucesso dos meus alunos. Eles até vão progredindo de ano para ano. E nos profissionais e nos cefes também. Devagarinho, devagarinho. O que eu não quero é preencher papéis nem relatórios nem pagar do meu bolso ações de formação nem ser convocada para reuniões onde se discute o sexo dos transsexuais nem andar à bulha com os meus colegas porque existe um plafond de classificações máximas.
Para dizer a verdade, estou-me nas tintas para a avaliação que me queiram atribuir, o que eu quero é trabalhar menos horas e arranjar tempo para escrever, na tentativa de me alienar à escravatura existencial, como na altura do Vergílio Ferreira. Ah, isso é que eram tempos! Um professor lecionava a martelo, dava as notas, pirava-se e podia ir ser artista para outra freguesia.

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