Bacalhau frio
Fui trabalhar como jornalista porque pensava que os jornalistas escreviam. Como diz o Cavaco, a realidade derrota sempre a ideologia.
Quando trabalhei como jornalista tinha a fantasia de que havia de ser destacada para estar de serviço na noite da consoada e da passagem de ano e, assim, escaparia, com justificação, às celebrações tradicionais.
Uma noite de consoada, no início de 90, atrasei-me de propósito, e cheguei a casa pelas dez e meia da noite. Os meus pais estavam à minha espera com o bacalhau quase frio. Iam-me matando.
Ainda não havia telemóveis. Era uma paz de vida.
Quando trabalhei como jornalista tinha a fantasia de que havia de ser destacada para estar de serviço na noite da consoada e da passagem de ano e, assim, escaparia, com justificação, às celebrações tradicionais.
Uma noite de consoada, no início de 90, atrasei-me de propósito, e cheguei a casa pelas dez e meia da noite. Os meus pais estavam à minha espera com o bacalhau quase frio. Iam-me matando.
Ainda não havia telemóveis. Era uma paz de vida.